26 September 2006

No semi-árido também há morada



A paisagem mais comum da Caatinga é a que ela apresenta durante a seca. Apesar do aspecto seco das plantas, todas estão vivas; apenas perderam as folhas para suportar a falta de água. Mesmo durante a seca, a vida animal também é rica e diversificada. Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para suportar o longo período de seca seguinte.

Em plena faixa sub-equatorial, entre a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica, encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro. Elas cobrem cerca de 700 mil km2, aproximadamente 10% do território nacional. O clima é semi-árido, com temperaturas médias anuais compreendidas entre 27ºC e 29ºC e com médias pluviométricas inferiores aos 800 mm. A rigidez climática das caatingas é conferida principalmente pela irregularidade na distribuição destas chuvas no tempo e no espaço. O escoamento superficial é intenso, pois os solos são rasos e situados acima de lajedos cristalinos. Os rios são intermitentes, isto é, correm apenas durante o período de chuvas, tendo seus cursos interrompidos durante a estação seca. A paisagem típica das caatingas consiste de extensas planícies interplanálticas e intermontanas, que envolvem e interpenetram maciços residuais mais elevados. A vegetação é xerofítica, caducifoliar e aberta, bem adaptada para suportar a falta de água
Restinga é um termo empregado para designar as planícies litorâneas cobertas por deposição marinha, resultante do recuo dos níveis de oceanos há cerca de 5 mil anos, durante o Quaternário. Depois do recuo, houve deposições fluvial e lacustre, contendo, em parte, material proveniente das escarpas do Complexo Cristalino, características no litoral Sul e Sudeste brasileiro, ou do arenito da Formação Barreiras. Essas planícies situam-se sob clima tropical úmido, sem estação seca, com precipitações médias anuais ao redor de 1700-2000 mm. A maior quantidade de nutrientes na planície costeira provém de precipitações atmosféricas, estando principalmente fixada na biomassa vegetal.
As planícies litorâneas podem apresentar-se com extensões bastante variadas, dependendo do recuo das escarpas do Cristalino. Os níveis marinhos passados oscilaram de forma a promover a sedimentação em diversos patamares, que são testemunhos desta deposição alternada. Pela ação das marés, a deposição de sedimentos marinhos se deu sob a forma de cordões arenosos, havendo alguns terraços mais antigos. Por trás desses depósitos e entre os cordões é possível ocorrerem depressões que formam várzeas ou pântanos de água doce.

Na linha de praia das planícies litorâneas se estabelece uma vegetação adaptada às condições salinas e arenosas sob influências de marés, denominada halófila-psamófila, com espécies herbáceas reptantes, com sistemas radiculares amplos. Após esta faixa, sobre cordões mais estáveis, encontra-se uma vegetação arbustiva e arbórea densa, denominada jundu, com muitas bromélias terrícolas. É característica a sua forma de cunha, devido à ação abrasiva de partículas de areia sobre as gemas voltadas para a praia. Apresenta uma camada orgânica pouco desenvolvida, com as bromélias de solo desempenhando um papel estabilizador do substrato e de retenção de água e de nutrientes no sistema. No litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo desenvolvem-se moitas compostas por espécies arbustivas e arbóreas, intercaladas por solo descoberto, cuja denominação é dada pela presença de taxas dominantes, como Restinga de Clusia, de Myrtaceae e de Ericaceae.

Sobre os cordões arenosos, dependendo de sua idade, estabelece-se uma floresta que é menos exuberante que a Mata Atlântica, com flora similar, penetração de elementos do Cerrado, poucas espécies características e grande quantidade de epífitas. Há florestas que se assemelham às dos topos de morros nas serras costeiras, em geral sobre cordões mais recentes, com muitas Myrtaceae e bromélias terrícolas.

Nos terraços marinhos é comum a ocorrência de áreas temporariamente inundadas, que suportam florestas de várzea. Entre os cordões há depressão que pode ser permanentemente úmida, sustentando florestas paludosas, com poucas espécies arbóreas adaptadas e muitas bromélias sobre o solo encharcado. Nas bacias de solo orgânico tanto se desenvolve a floresta paludosa quanto os campos monoespecíficos de taboa ou de lírio do brejo. Este conjunto de formações sobre a planície litorânea estabelece um mosaico de granulação variável, ampliando sua diversidade biológica. A fauna de mamíferos e de aves que ocorre nas florestas sobre a restinga é similar à da Mata Atlântica, indicando interações associadas às alternativas temporais e espaciais de recursos alimentícios, de abrigo e de nidificação. Estas florestas pluviais associadas ao domínio atlântico têm poucos remanescentes preservados em Unidades de Conservação, principalmente pela ocupação urbana das planícies litorâneas.





Em plena faixa sub-equatorial, entre a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica, encontram-se as caatingas do Nordeste brasileiro. Elas cobrem cerca de 700 mil km2, aproximadamente 10% do território nacional. O clima é semi-árido, com temperaturas médias anuais compreendidas entre 27ºC e 29ºC e com médias pluviométricas inferiores aos 800 mm. A rigidez climática das caatingas é conferida principalmente pela irregularidade na distribuição destas chuvas no tempo e no espaço. O escoamento superficial é intenso, pois os solos são rasos e situados acima de lajedos cristalinos. Os rios são intermitentes, isto é, correm apenas durante o período de chuvas, tendo seus cursos interrompidos durante a estação seca. A paisagem típica das caatingas consiste de extensas planícies interplanálticas e intermontanas, que envolvem e interpenetram maciços residuais mais elevados. A vegetação é xerofítica, caducifoliar e aberta, bem adaptada para suportar a falta de água.

A paisagem mais comum da Caatinga é a que ela apresenta durante a seca. Apesar do aspecto seco das plantas, todas estão vivas; apenas perderam as folhas para suportar a falta de água. Mesmo durante a seca, a vida animal também é rica e diversificada. Contudo, é após as chuvas que a diversidade animal e vegetal das caatingas se torna evidente. As plantas florescem e os animais se reproduzem, deixando descendentes que já possuem adaptações para suportar o longo período de seca seguinte.

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